"Viagem ao Mato Grosso que produz"

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Rondonópolis e Itiquira

Colheita de soja transgênica em Rondonópolis - MT


Cultivo do milho em Itiquira - MT


Soja pronta para ser colhida de um lado e ainda verde do outro
Produtores de soja em Rondonópolis - MT em fazenda de André Maggi






















18.02 – Rondonópolis – MT

O clima dos produtores do Mato Grosso é de otimismo para a colheita da safra de soja 2007/2008. A constatação foi feita após conversa com agricultores em almoço realizado hoje na fazenda Girassol do Prata, de Gilberto Flávio Gollner, em Jaciara – MT.

O agricultor Márcio Pacheco diz que a produtividade será de 52 sacas/hectare nesta safra, quando na de 2006/2007 foi de 49 sacas por hectare. Segundo ele, a ferrugem, que já causou perdas de até 70% da lavoura em anos anteriores, está controlada na região.

Independente de quanto for colhido na fazenda de Pacheco, é certo que pelo menos 13 mil sacas (ou 40% da produção) estão reservadas para a empresa ADM, por terem sido vendidas antecipadamente, a US$ 13 cada uma, em troca de adubo e veneno para pragas. Hoje, o produtor venderia a mesma quantidade a US$ 22.

Rali no Mato Grosso que produz

Hoje foram feitas as primeiras amostragens no Estado pela equipe do Rally da Safra 2008. As três caminhonetes se dividiram, com quatro pessoas em cada, pela região de Jaciara para fazer o levantamento. Foram analisadas, no total, 20 lavouras de soja. A transgenia foi encontrada em seis dos oito cultivos examinados por minha equipe – que reúne um analista da agroconsult, um funcionário da Petrobras e um da FMC, especializado em fertilizantes.

Foi um dia muito corrido e exaustivo. Rodamos um total de 387 quilômetros, desde a saída do hotel que ficamos em Cuiabá até a chegada ao Novotel em Rondonópolis de onde, agora, escrevo.

Muito li e ouvi falar sobre as péssimas condições das estradas mato-grossenses, mas a imagem que havia formado em minha cabeça – pessimista para os meus parâmetros - nem de perto alcançou a deficiência gritante vista em cada milímetro dessas rodovias. O asfalto parece uma grande colcha de retalhos mal feita, só que de betume. Isso que me disseram que o trecho que percorremos até agora, na BR 364 é um dos melhores que iremos ver pela frente.

Para quem achava que não iria encontrar internet, estou com sorte. Ambas as hospedagens forneceram conexão a internet wireless, acessada dentro do meu próprio quarto. Não preciso de mais nada. Mas as previsões para as próximas paradas não são tão otimistas...

PS: Não consigo mais sentir cheiro de churrasco.
PS2: Maíra Flores quem bateu as fotos (teve certa dificuldade técnica em razão da claridade intensa do céu em contraste com a das lavouras, bem mais escuras...Mas, de todo modo, as fotografias servem para ilustrar alguns dos locais percorridos e a intensa e repentina chuva que nos acometeu)