"Viagem ao Mato Grosso que produz"

segunda-feira, 10 de março de 2008

Já em Florianópolis - O rally terminou e o TCC...




















O Rally terminou, mas, para mim, é agora que começa a parte trabalhosa do tcc. Senti saudades de escrever no blog e resolvi postar um pedacinho da introdução da minha reportagem. Aí vai...

O Rally da Safra, apesar de ter um nome que remete a competição automobilística, pouco lembra esse tipo de evento, a não ser pela aventura inegável nas estradas esburacadas ou na lamaceira de algumas MT’s, as vias estaduais do Mato Grosso. A expedição mobilizou por duas semanas, de 17 de fevereiro a 1º de março de 2008, três equipes distribuídas pelas principais regiões produtoras de soja e milho do País. Cada uma delas possuía doze integrantes distribuídos em três camionetes. O objetivo era um só: visitar o maior número de lavouras ao dia e fazer análise da produção, que vai desde a quantidade de grãos por planta, a presença de minhoca no solo, ao teste que possibilita a identificação da transgenia ou não da soja.

Isso foi feito para que, ao final das amostragens, se pudesse chegar a um número do quanto será colhido de grãos na safra atual, que termina em junho de 2008. O fato é que, mesmo antes de serem contabilizados os dados coletados no Mato Grosso, algumas preleções não deixaram dúvidas durante o percurso: a de que a colheita será recorde, que o clima entre os produtores é de muito otimismo e de que as doenças estão praticamente controladas. Os altos preços dos fretes, fertilizantes e adubos e a dificuldade logística continuam a ser os maiores limitantes de um crescimento ainda mais elevado do setor.

A experiência aqui narrada dará enfoque especial à expedição pelo Mato Grosso, devido a sua relevância na produção de grãos, principalmente da soja, no contexto brasileiro e mundial. Durante a viagem respirava-se e via-se soja 24 horas ao dia. Só não se comia o grão - Não houve um restaurante que o utilizou como ingrediente. Comia-se carne. Muita carne. De todos os tipos e cortes. Mas o assunto que balizava todas as conversas dos participantes, entre engenheiros agrônomos, consultores em agronegócio, funcionários da Monsanto, FMC, Petrobras, New Holland, jornalistas e uma estudante de jornalismo, era, definitivamente, a leguminosa e suas nuances: as doenças, os fertilizantes, os tratores e colheitadeiras, os defensivos, a produtividade, os preços e as dificuldades logísticas.

Eram esses os temas abordados nos 14 dias de viagem e que serão retratados nesta grande reportagem, construída a partir da visão de uma estudante de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, que, apesar de nunca ter avistado um campo de soja na vida até o dia anterior a expedição – a diversão dos técnicos da Agroconsult no primeiro dia de viagem era apontar para as plantações de algodão e dizer que era soja para ver a reação da repórter -, pretende registrar nas próximas linhas aquilo que viu, ouviu e aprendeu.

A rotina não era fácil. Se é que rotina seria a palavra mais adequada. Os dias sempre reservavam uma novidade, apesar do tempo milimetricamente contado. Às seis da manhã tocava o despertador, o café-da-manhã era sempre reforçado, arrumava-se – mais uma vez – as malas, que deveriam ser colocadas em sacos de lixo para proteger do barro que entrava pelas frestas da camionete, e, quase nunca pontualmente, às vezes mais cedo, outras mais tarde, às 07h30min era a hora pré-estabelecida para seguir viagem. Os roteiros eram definidos logo pela manhã e as equipes se dividiam para amostrar o maior número de lavouras de cada região. A única certeza que cada dia reservava era a de ver um interminável céu que, em certos momentos, dava a sensação de que acabaria uns quilômetros a frente, de tão rente que se mantinha ao horizonte, sempre entrecortado por nuvens branquíssimas, como aquelas que se vê em desenho animado, e lavouras intermináveis de soja.

O próximo post será sobre a estimativa da agroconsult da produção de grãos no Brasil. Espero que alguém tenha lido até aqui...;) Beijos


















(foto 1: colheita antes da chuva chegar; foto 2: ninho
em lavoura de soja; foto 3: estrada no MT e o céu que falo no texto; foto 4: aplicação de defensivo)

2 Comentários:

  • Maíra querida!

    Me sinto praticamente uma Nostradamus, porque minha previsão de ter uma amiga linda, ótima escritora, fotógrafa "Sebastiã Salgada" (hahaha), enfim, uma pessoa super competente, com um futuro brilhante, que com esse TCC tá dando um gostinho do que ainda está por vir!

    Parabéns, és motivo de orgulho pra mim :)

    Beijos,
    Greice.

    Por Blogger Greice Batista, Às 24 de março de 2008 às 16:50  

  • Poxa!!!
    Ninguém mais coloca comentários nesse blog.... que chato....
    Vai ver que é porque a Maíra anda muito ocupada com seu tcc, ve se acaba logo esse bendito seja e monta outro blog para podermos ler seus depoimentos. Saudades dos seus textos. Beijos!!!!
    Deco

    Por Anonymous Anônimo, Às 3 de maio de 2008 às 23:29  

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